Começou nesta quarta-feira (31) um estudo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) que oferece tratamento gratuito em psicoterapia para depressão. A pesquisa busca avaliar o impacto dessas abordagens na redução de sintomas, promoção de um estilo de vida saudável, parâmetros inflamatórios do sangue e perfil da microbiota intestinal. Os interessados em participar devem atender a alguns critérios e preencher um questionário, que será avaliado. Os atendimentos para os selecionados serão feitos de forma online ou presencial.

O principal objetivo da pesquisa é avaliar a eficácia dos tratamentos em saúde mental através de sessões em Terapia Cognitivo-comportamental ou em Terapia Dinâmica Suportivo-Expressiva, comparando a modalidade de consultas presenciais e online. Com a pandemia, muitos terapeutas passaram a atender dessa forma. Entretanto, a modalidade é mais válida em um contexto internacional, não existindo nenhum estudo no Brasil que tenha evidenciado a viabilidade desse formato. "A gente quer ver se as psicoterapias online têm o mesmo efeito das psicoterapias presenciais, em protocolos curtos de tratamento para ser passível de aplicação até em saúde pública", explica Luciano Souza, professor de Psicologia e coordenador do projeto.

Sobre o estudo

A pesquisa teve início no ano passado e, desde então, vem realizando testes para iniciar os atendimentos. Além de Luciano Souza, o projeto conta com os professores coordenadores Karen Jansen, Fernanda Moreira e Ricardo Silva.

De acordo com Souza, em setembro do ano passado começaram a ser oferecidos tratamentos para pessoas em listas de espera em ambulatórios da cidade, para testar o modelo do estudo. "Até metade de janeiro a gente fez o estudo piloto com 10 pessoas em cada abordagem. Agora temos a ideia de que está tudo funcionando, então a gente começou a disponibilizar o instrumento online, que vai ser de rastreio inicial", diz. As avaliações terão início no dia 5 de fevereiro.

No início e fim dos tratamentos, também são feitas coletas de sangue e fezes dos pacientes. "As pessoas que têm depressão tendem a ter marcadores inflamatórios mais elevados e uma microbiota intestinal mais agressiva. A ideia é avaliar isso também para ver se a mudança esperada ao longo do processo terapêutico implica em mudança fisiológica", afirma.

Como participar?

Para participar, é necessário:
- Ter 18 anos ou mais
- Residir na zona urbana de Pelotas
- Ter acesso à internet e dispositivo eletrônico compatível com a plataforma virtual de atendimentos (Google Meet)
- Preencher critérios diagnósticos para episódio depressivo maior atual.

Não poderá participar do estudo se:
- Estiver em tratamento psicoterapêutico ou farmacológico em outro local
- Apresentar risco de suicídio moderado ou grave
- Fazer uso abusivo de alguma substância psicoativa
- Apresentar diagnóstico de transtorno bipolar, esquizofrenia, déficit intelectual ou outro transtorno mental severo
- Apresentar algum sintoma psicótico atual
- Estiver em gestação ou puerpério

O Formulário pode ser preenchido através do link.